Chá Vegetal
Yagé, Kamarampi, Caapi, Natema, Pindé, Kahi, Mihi, Dápa, Nixi Pae, Ayahuasca, Hoasca, Daime, Oasca, Oaska, Ayuaska, Cipó Dos Espíritos, Caapi, Yagé, Kapi, Kahi, Kahi Ide, Kamarampi, Nixi Honi Xuma, Mihi, Nixi Pae, Nepê/Nepi, Mahí, Ondi, Pildé, Natema, Pindé/Pinde, Dápa/Dapa, Uko, Chá, Vegetal, são alguns dos quase oitenta nomes que se pode denominar essa bebida advinda da fervura (e não infusão) de duas plantas amazônicas conhecidas popularmente pelos nomes de Chacrona e Mariri.
A Chacrona, um arbusto muito parecido com um pé de café, é a Psychotria viridis da família Ru. Suas folhas são um dos ingredientes para a preparação da bebida que serve para expandir a consciência em cerimônias de investigação interna particulares ou ainda em cultos do Santo Dai biaceae me, União do Vegetal, Natureza Divina e outros rituais xamânicos.
Diversas espécies de Chacronas apresentam componentes bioativos. Alguns exemplos incluem atividade antibiótica nos extratos de P. microlabastra e P. capensis (África); atividade antiviral em P. serpens (China) e atividades anti-inflamatória, antivirais, antifúngicos é encontrada em P. Insularum (América Central) e P. hawaiiensis respectivamente. As moléculas ativas produzidas por espécies de Psychotria incluem: naftoquinonas, peptídeos, benzoquinona, pigmentos e alcalóides. O DMT, (dim), componente alucinógeno de plantas amazônicas como a ayahuasca e a jurema, bioativo da P. viridis, por sua vez, é encontrado em diversas espécies de plantas, fungos e animais. etiltriptamina
O cipó Mariri, por sua vez, cientificamente conhecido por Banisteriopsis caapi, é também popularmente chamado por Jagube, Liana, Ayahuasca, Yagé ou Caapi. Assim como a Chacrona é nativo da região amazônica.
A Chacrona em união com o cipó Mariri, fervidos com litros de água em fogo alto, juntos eliminam quaisquer efeitos nocivos que isoladamente possam ter, seu resultado é farmacologicamente complexo e utilizado com propósitos xamânicos, etnomédicos e religiosos servem como um catalisador da compreensão das coisas dos mundos internos ou espirituais e ainda como uma forma de expandir a consciência através de sua ingesta, o que ocorre aproximadamente dentro de uns 30 a 40 minutos depois de bebida.
O Chá Vegetal é utilizado em suas variações tradicionalmente nos países como Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e B e ainda por pelo menos setenta e duas diferentes tribos indígenas da Amazônia. ra sil
Seu uso se expandiu pela América e outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados, sendo os mais significativos a União do Vegetal, o Santo Daime, Natureza Divina, e A Barquinha, além de investigadores particulares que não fazem parte de cultos religiosos, mas que se utilizam da bebida como veículo para esclarecimento de questões atreladas ao seu universo íntimo e particular. do Sul
Há estimativas do início da sua utilização e dispersão entre as tribos ameríndias entre 1.500 e 2.000 a.C. Reza a lenda que “no primeiro alvorecer da cultura humana, Salomão, o Rei da Ciência, com a sua sabedoria inspirada, realizou a união entre o Mariri e a Chacrona e entregou o fruto dessa união, que é o Vegetal, ao seu fiel seguidor Caiano, que, ao bebê-lo, adquiriu a consciência espiritual e se tornou o primeiro Oasqueiro, ou seja, a primeira pessoa a comungar e a distribuir o Vegetal na Terra. Nesta ocasião, Caiano recebeu de Salomão o segredo da união do Vegetal e, com ela, a chave da palavra perdida, que permite entrar em contato com a Força Superior e penetrar nos encantos da natureza divina.
Desde então, Caiano, sempre demonstrando grande abnegação, humildade e amor pela humanidade, vem se reencarnando sucessivamente na Terra e cumprindo sua missão de restaurar a União do Vegetal e de trazer aos homens a luz do verdadeiro conhecimento espiritual. Neste século, (XX) ele reencarna em Coração de Maria, Estado da Bahia, com o nome de José Gabriel da Costa, tendo se tornado conhecido na UDV (União do Vegetal) como Mestre Gabriel.
De origem humilde, Mestre Gabriel se desloca, quando adulto, para a cidade de Porto Velho, em Rondônia, a fim de trabalhar como seringueiro na Floresta Amazônica. No seringal boliviano chamado Guarapari, bebe o chá sagrado, o qual lhe permite recordar-se de sua missão e de suas encarnações passadas. Em 1961, após passar três anos examinando as revelações recebidas, Mestre Gabriel recria a UDV, dando início ao seu trabalho de doutrinação e de distribuição do misterioso líquido. Em 1971 ele desencarna deixando um precioso legado espiritual, em virtude do qual as gerações futuras hão de lembrar o seu nome com gratidão e reverência.” (Revista Humanus, p. 94, 2000).
Segundo os relatos dos usuários, o Vegetal produz uma ampliação da percepção que faz com que se veja nitidamente a imaginação e acesse níveis psíquicos subconscientes e outras percepções da realidade, estando sempre consciente do que acontece — as chamadas mirações. Os adeptos consideram esse estado como supramental "desalucinado" e de "hiperlucidez" ou êxtase. Os praticantes dizem que com este estado alterado de consciência é possível develar, clariar as regiões profundas da psique humana trazendo compreensão de quem somos realmente.
Num contexto religioso, tais fenômenos são atribuídos à clarividência, projeç, acesso a arquivos etéricos (registros ão da consciênciaak) ou contatos espirituais. Noutras experiências, dependendo da formulação de cada grupo e tolerância particular, o estado alterado se dá pelas visões interiores próximas de um estado meditativo, em que o usuário consegue distinguir tais visões ou "mirações" pessoais da "realidade exterior". áshicos
O Vegetal provoca alteração da consciência sem causar danos físicos. Muitos consumidores atribuem à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados e melhoras em quadros de dependência química, por exemplo. De fato, não há dependência física conhecida, mesmo porquê, o Vegetal comumente é bastante amargo e seu sabor não incita ao vício, apenas ao uso comedido para investigações.
A jornada com o Vegetal leva, à exploração tanto do mundo ordinário como de "mundos paralelos", que estariam além da percepção corrente. Em trabalhos com o Resgate (conhecimento profundo de si mesmo suas vidas passadas/futuras) ocorre com mais facilidade a sensações de liberação dos limites normais de espaço-tempo.
A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insights, produzir catarses e consequentes experiências de renovação e de Resgate; visões arquetípicas, de animais, mandalas, cidades, de espíritos elementais, de cenas de vidas passadas, de divindades etc. Abre-se o portal para outras formas de realidade, do acesso ao inconsciente numa perspectiva psicanalítica e da criatividade do ponto de vista da neuropsicologia e da estética, desde que haja foco e boa orientação.
Nem todos recebem visões na primeira vez que experimentam. O trabalho com o Vegetal é um processo que exige exame, purificação, dedicação, disciplina, perseverança e tempo para um benefício mais completo. Às vezes são necessárias várias sessões para se conseguir uma experiência válida. Uma vez iniciado o processo do auto-conhecimento, renovação e transformação, estas continuam, pois a linguagem passa a ser compreendida pelo pesquisador e o contato com o amor do elemental (essência inteligente do vegetal que orienta e ensina seus mistérios) e suas instruções maiores. O grande passo no trabalho com o chá Vegetal é a possibilidade psicoterapêutica é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária.
Um Mestre do Vegetal, devidamente graduado, sabe orientar uma sessão e trazer os melhores benefícios através de orientações verbais profundas, músicas e das chamadas (canções antigas que trazem uma boa frequência, ou borracheira e as mirações, ou visões).
Após 18 anos de estudos, o CONAD (Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas) do Brasil, retirou em 23 de novembro de 2006 o Vegetal da lista de drogas alucinógenas definitivamente. O mesmo já havia sido excluído desta lista em caráter provisório desde setembro de 1987. Em 26 de janeiro de 2010 o Governo Brasileiro dispôs a regulamentação de seu uso para fins religiosos, tendo vetado o seu comércio e propagandas além de coibir seu uso em conjunto com outras drogas e em eventos de turismo. O cadastramento das entidades que utilizam o Vegetal é facultativo.
O uso cônscio e para fins de purificação, limpeza e esclarecimento interno são os mais recomendados para os que pretendem enveredar pelo universo do elemental conhecido como Vegetal, inclusive para os que querem se libertar de drogas, bebidas, cigarros e vícios outros, o Vegetal oferece uma porta maravilhosa de compreensão, suporte e libertação.
O Resgate realizado com o Chá Vegetal pode ser potencializado, pois as percepções são amplificadas e o discernimento também. Um Vegetal bem preparado permite que o usuário desfrute de experiências místicas/espirituais intensas e tenha como consequência ou resultado uma semana leve e plena.