Alimentação

15-12-2010 15:17

 

Alimentar-se é um ato que diz respeito à totalidade do SER.
Saber comer corretamente exige atenção, concentração e domínio e é por isso que, para muitos iniciados a refeição é uma cerimônia mágica, graças à qual os alimentos são transformados em saúde, em força, em amor, em luz.
Se quisermos realmente melhorar o estado do nosso corpo físico, psíquico e emocional, devemos aprender a comer corretamente.
O Mestre búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov disse que "o alimento é uma carta de amor enviada pelo Criador " .
Para comprovar isto, basta segurar um fruto e observá-lo com cuidado. Veja a perfeição de sua forma, sinta seu aroma, sua textura, observe sua cor, prove seu sabor.
Somente o Criador, com todo seu amor poderia nos enviar uma carta de amor tão maravilhosa. Necessitamos aprender a lê-la, com os olhos do coração, os olhos da alma.
Devemos estar sempre atentos em relação àquilo que deixamos entrar em nosso organismo físico, psíquico e emocional pois existem várias formas de alimentos, não só físicos.
De manhã, ao meio dia e ao fim do dia, todos têm de pensar em comer, a fim de manter a vida e a saúde. Porém, só os Iniciados se debruçaram, desde há muito, sobre esta questão tão importante e encararam a alimentação sob numerosos pontos de vista que a maioria dos humanos ignora, o que causa neles toda a espécie de anomalias.

Importância da atitude

Antes de começar a comer, lave sempre as mãos. Depois, instaure em vós um estado de paz e calma, tomando consciência de que vai receber elementos preparados no grande laboratório da Natureza.
Recolha-se, ligue-se ao Criador, diga uma pequena oração e, tranquila e silenciosamente, inicie este processo da mais alta importância física e espiritual: A Nutrição
O papel da mastigação
Deve-se mastigar os alimentos durante o máximo de tempo possível, até desaparecerem na boca, sem sequer ser necessário engoli-los. A boca, que é onde primeiro são recebidos os alimentos, é o laboratório mais importante, o mais espiritual.
O estômago vem apenas em segundo lugar.
É na boca que se realizam os processos mais subtis porque é ela que absorve as partículas etéricas, ao passo que os elementos mais grosseiros descem depois para o estômago.
Além disso, antes mesmo de o alimento ser absorvido, digerido e distribuído pelos órgãos, o homem já se sente mais forte: isto prova que, antes de o estômago receber os alimentos, já a boca absorveu os elementos etéricos que vão alimentar o sistema nervoso.

A ALIMENTAÇÃO DOS CORPOS SUTIS

Alimentar-se é, em primeiro lugar, retirar conscientemente dos alimentos os elementos que entrarão como materiais na edificação do nosso corpo físico. Mas, dado que o homem não é formado somente por um corpo físico, mas também possui outros corpos, mais subtis, a questão está em saber como alimentar esses corpos subtis que, muitas vezes, estão subalimentados por causa da ignorância do homem. Com efeito, todos sabem mais ou menos que alimentos devem dar ao corpo físico, mas o mesmo já não acontece em relação aos outros corpos: o corpo etérico (ou corpo vital), o corpo astral (sede das emoções) e o corpo mental (sede dos pensamentos).

l. O CORPO ETÉRICO - É preciso mastigar bem os alimentos, mas a mastigação tem a ver com o corpo físico. Para o corpo etérico é preciso juntar a respiração. Portanto, ao mastigar, deveis, parar de tempos a tempos e respirar profundamente a fim de permitirdes ao corpo etérico retirar dos alimentos as partículas mais subtis. Só a respiração profunda permite esse processo. Mas, se estiverdes a falar ou a discutir, engolindo os alimentos rápida e automaticamente, o ritmo respiratório ficará perturbado, as reações físico-químicas não se farão normalmente e sentir-vos-eis enfartados e mal dispostos, pois não comestes corretamente. Para se alimentar o corpo etérico, é necessário, pois, comer em silêncio.

2. O CORPO ASTRAL - Dado que o corpo astral se alimenta de sentimentos, e de emoções, constituídos de uma matéria ainda mais subtil e elevada que as partículas etéricas, podemos alimentá-lo; mantendo sentimentos de amor em relação à comida que foi preparada nos laboratórios do Senhor.

Ao absorver estes elementos, o corpo astral tem todas as possibilidades de suscitar sentimentos de uma qualidade muito elevada: o amor a todos os homens, a sensação de felicidade, de paz e de harmonia com a Natureza.

Quando o corpo astral recebe alimento, experimentais uma sensação de grande bem-estar; senti-vos generosos e, se tiverdes de tratar de questões importantes, mostrar-vos-eis abertos, pacientes, benevolentes, sabereis fazer concessões. Pelo contrário, se o corpo astral não tiver sido alimentado porque comestes a resmungar, criticando os outros, irritados, em seguida manifestareis aspereza, nervosismo e parcialidade, e, se tiverdes problemas difíceis a resolver, a balança penderá sempre para o lado negativo e injusto. Depois procurareis desculpas, dizendo: «Que quereis? Não posso fazer nada. Estou nervoso.» Ireis à farmácia comprar medicamentos para acalmar, mas continuareis a sentir-vos nervosos enquanto ignorardes que a maneira de comer tem uma extrema importância para o vosso equilíbrio físico e psíquico.

3. O CORPO MENTAL - Para alimentar o corpo mental, o discípulo concentra-se nos alimentos e nem sequer olha para quem está a seu lado, a fim de melhor se concentrar. Ele sabe que os alimentos são cartas de amor enviadas pelo Criador e procura lê-Ias interiormente. Para os discípulos, os alimentos representam uma manifestação da Divindade e, portanto, ele esforça-se por pensar neles sob todos os pontos de vista.

Pergunta a si próprio de onde eles vêm, o que contêm, que qualidades lhes correspondem, que entidades se ocupam deles E isto porque o discípulo sabe que há seres que trabalham sobre cada planta, sobre cada fruto, e que, se estes crescem e amadurecem numa determinada época, isso corresponde a influências planetárias específicas. O seu espírito está, portanto, ocupado com todas estas reflexões e ele medita profundamente. Assim o seu corpo mental alimenta-se e retira da alimentação elementos superiores aos do plano astral. Isto se traduz, para ele, em lucidez, em clareza, numa penetração profunda da vida e do mundo. Após uma refeição em tais condições, ele levanta-se da mesa com uma compreensão tão luminosa que é capaz de realizar trabalhos intelectuais bastante complexos.

4. Os corpos causais, búdico e átmico - Além dos corpos etérico, astral e mental, o homem possui outros corpos mais subtis: corpo causal, corpo búdico e corpo átmico, e também estes corpos têm de ser alimentados. Como? O Iniciado, após ter respirado, após ter comido com amor, após ter meditado nos alimentos, deixa--se penetrar por um sentimento de reconhecimento para com o Criador; graças a esses alimentos, consegue mesmo realizar uma verdadeira comunhão com Ele. Assim, o Iniciado alimenta os seus três corpos superiores e vive estados de arrebatamento, de êxtase.

NUNCA COMER ATÉ ESTAR SACIADO

Todos vós sabeis que não se deve comer exageradamente. Sim, não há nada pior que sairmos da mesa com o estômago cheio, porque nos tornamos pesados, materializados. Mas o que certamente não sabeis é que a fome prolonga, reforça e melhora a vida. Se sairdes da mesa com um ligeiro apetite, dareis um estímulo ao vosso corpo etérico, que então tenta captar, atrair, outros elementos da atmosfera que vos rodeia. Se quiserdes, podeis chamar a estes alimentos vitaminas ou hormonas etéricas... O corpo etérico encontra estes alimentos e absorve-os tão bem que, alguns minutos depois, não só já não tereis fome como vos sentireis mais leves, mais vivos, mais capazes de trabalhar. Ao passo que, se comerdes até ficardes saciados, pelo prazer de comer (como o fazem tantas pessoas nas reuniões, nos banquetes, etc...), sentir-vos-eis pesados e incapazes de trabalhar.

Se comerdes demasiado provocareis em vós próprios uma sobrecarga e o corpo etérico ficará fatigado e bloqueado nas suas funções. Então, os indesejáveis do mundo astral, que viram essa abundância de alimentos ostentada como num festim, aparecerão para nele participarem. Por isso, alguns momentos depois sentireis de novo um vazio e o desejo de recomeçar a comer para encher esse vazio... Mas os indesejáveis também voltarão... É assim que vos tomais um engodo magnífico para os esfomeados do plano astral inferior que vêm regalar-se à vossa custa.

O Universo inteiro está cheio de criaturas de toda a espécie que os Iniciados classificaram em categorias determinadas e que se misturam muitas vezes na existência dos humanos.

É assim que se explica um certo número de fenômenos e de acontecimentos extraordinários que permanecem inexplicáveis para os cientistas contemporâneos. Portanto, para não vos tornardes presas de indesejáveis é necessário que nunca ultrapasseis os limites nem façais refeições demasiado abundantes.

A alimentação traz a vida eterna

O sentido da bênção

Observai-vos quando vos preparais para comer e constatareis qual é o vosso grau de evolução. Se não respeitardes os alimentos que Deus vos enviou, quem respeitareis, então? Só quando respeitardes os alimentos podereis compreender as palavras de Jesus:

«Comei, isto é a minha carne; bebei, isto é o meu sangue...» e «Aquele que comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna.» Esses alimentos já estão abençoados e consagrados pelo Criador e a prova é que eles nos dão vida. Deus está nesses alimentos sob a forma de vida. Não penseis que os alimentos necessitam da bênção dos homens para dar vida. Não. Antes de os homens abençoarem os alimentos já estes estavam abençoados pelo Céu. Deus é a vida e, uma vez que os alimentos nos trazem vida, é porque eles contêm Deus.

Podereis dizer: «Mas, então, não devemos abençoar os alimentos antes das refeições?» Sim, devemos abençoá-los, mas há que saber primeiro o que é essa bênção e para que serve. Uma bênção é uma espécie de cerimônia, um rito mágico. Pelas palavras, pelos gestos, pelos pensamentos da pessoa que pronuncia a fórmula da bênção, os alimentos são impregnados, atravessados e envoltos por emanações, por fluidos que os preparam para estar em harmonia com os que devem consumi-los. Desta maneira, cria-se um contacto, uma adaptação, no domínio dos corpos subtis, o que permite ao homem receber melhor os elementos benéficos neles contidos. Todavia, a bênção humana tem poderes limitados. Se fosse assim tão fácil introduzir a vida divina com uma simples bênção humana, poderíamos abençoar um pedaço de madeira ou de metal, ou uma pedra, e comê-los.

Se abençoarmos as pedras, a madeira, os metais, introduziremos neles um certo grau de vida, mas esta vida não poderá alimentar os humanos. Ela poderá ter outros efeitos sobre eles, mas não alimentá-los.

Se os alimentos dão vida ao homem, é porque já possuem uma vida que neles foi introduzida pelo Criador, mas ela tem necessidade de ser exaltada e é preciso despertá-la, aquecê-la com as nossas bênçãos e, sobretudo, com o nosso reconhecimento. Nós comemos para recebermos a vida que Deus ou, se preferirdes, a Natureza, depositou nos alimentos. A refeição é como a concepção de uma criança. Através dos alimentos, o Cristo dá-nos a vida, e, se tivermos consciência de que tomamos o corpo e o sangue do Cristo, entraremos em contacto com o seu espírito.

É possível que nunca tenhais considerado a alimentação desta maneira. Ficai sabendo que, na nova raça que virá, os humanos serão instruídos com estes métodos, ser-lhes-á revelado que a alimentação não é um processo simples, vulgar e desprezível como eles pensavam, mas que Deus escondeu, por detrás deste ato quotidiano de comer, a possibilidade de se fazer um trabalho psíquico da maior importância. Eles compreenderão que a nutrição pode ser para eles um meio de aperfeiçoamento.

REFLEXÃO: - O que estou comendo?

- Como estou comendo?

- Em quê estado interno me encontro durante a alimentação ?